Cabo

Acreditou no inexplicável quando o boneco sumiu. De repente, no quintal. Do dia, em busca do herói, não esquece. Nunca mais viu. Tempos depois, entrou em desespero por uma peça de plástico. Não achou. Angustiada, orgulhosa e insistente, demorou pra admitir o desaparecimento eterno. Provada a possibilidade de que algo tão estranho aconteça, tão despropositado, resignou. Por último, faz dias, um cabo curto. Não sabe pra onde foi. Olhou nos cantos e pra baixo. Afastou almofada, abriu gaveta e mochila. Tá preparada, pelos antecedentes, pra perder pra sempre.

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