Despedida

Não entrou na página de Carolina. Quer conhecer aos poucos, de acordo com a evolução natural da relação. Segurou o ímpeto. Na hora de clicar, num estalo, refugou. Pra não saber demais. Não revelar o passado, fotos ou frases escolhidas. Só quis lembrar. Do cheiro no pescoço e do gosto na boca. Do que disseram e ouviram. Pra garantir a descoberta gradual, descartou o acesso. Seria impróprio, improdutivo. Ficaria exposto aos ideais, amigos e comentários. Tiraria conclusões. Alheio às informações publicadas, imaginou o rosto com a cabeça. Cabelo, corpo e acessórios. Reconstituiu olhares. Pra ganhar intimidade, deu tempo. Conseguiu controlar. No próximo encontro, marcado na despedida, mata a saudade. Das teorias, sorrisos e movimentos. Da timidez e da tatuagem.

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