Bolo
O indicador, dormente, deixou Flávio. Usava pra apontar, digitar e enfiar na orelha. Percebeu que faz falta. Quando acordou, sentiu. Quis controlar. O formigamento incessante, provocado pela pressão, levou o fura bolo. Entre os dedos, burburinho. O médio e o polegar gostavam do vizinho em comum. Ajudaram no que puderam. O anelar e o mindinho, de mal, torceram contra. Pra que caísse e morresse. Os da outra mão também. A redenção da canhota, sonho antigo, dependia do infortúnio alheio. Contou pros amigos, familiares e pro médico de branco. Especialista em sensibilidade, pediu atenção. Passou pomada e exercícios localizados. Besuntado, puxado e exigido, melhorou. Piorou de novo e, de tão podre, perdeu as forças. Foi arrancado em seguida.
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Não é para todo mal que há uma cura! Vamos em frente, Renatoooo!
ResponderExcluirAbraços,
Gutoooo!
A D O R E I ! ! !
ResponderExcluirAssim como as pessoas, os dedos tb têm inveja um do outro.
ResponderExcluirCoitadinho do Flávio !
Parabéns, sobrinho querido ! Belo texto !
Tia Leila Cristina
O dedo indicador é perfeito, é positivo, é a lei que rege o nosso sentimento.^
ResponderExcluirVô Oswaldo