Textura
A lua, mais bonita que de costume, chamou atenção. Mãos no volante, olhos no satélite. Passava de carro. Parecia uma moeda gigante que flutuava no céu escuro. O feixe de luz, que caia na água, ia do fundo até o raso. Hipnótica. Cheia, leve e tão próxima quanto podia. Parou no sinal. Antes que o vermelho cedesse lugar ao verde, intensificou a observação. Percebeu as crateras por dentro e a linha bem definida da circunferência perfeita. A cor e a textura. Concebeu o enquadramento ideal. Da janela em diante, viu que, iluminada pelo sol escondido, brilhava no espaço que preenchia. Ponto fora da curva. Na reta. Nenhuma estrela, dentre tantas, apareceu. Entrou à esquerda e virou o pescoço pra despedida. Não tirou foto. Guardou a imagem no cérebro e, graças à fluidez do trânsito, chegou rápido. Numa casa antiga, mal cuidada. Feita de tijolo com cimento. Durante o período de permanência, tirou proveito da visita. Saiu satisfeito. Tanto que, na volta, distraído pelas lembranças, ignorou a paisagem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Mais um para minha lista dos favoritos! rs...adorei! Parabéns!!
ResponderExcluirInteressante o approach. Gostei.
ResponderExcluirInté
Lindo!
ResponderExcluir