Rabada
Infiltrado no grupo, de gente que só come grão de bico, tem um onívoro. Encarna o personagem. Critica carne bovina, peixe e porco. Fala mal de galinha, cordeiro, doce de leite e bolo de chocolate. O pessoal gosta. Tanto que, nas reuniões, é um dos que mais pegam no microfone. Começa pelo queijo prato. Passa pela pipoca, alerta contra a maionese e detona o macarrão. Em casa, toma refrigerante com paçoca. Bate pratos de rabada com agrião, cozido e angu com moela. Tem que disfarçar. A mulher interessante, com a qual pretende manter relações sexuais, é umas das principais defensoras da nutrição baseada na leguminosa. Diz que é rica em aminoácidos e serotonina. Que a ingestão traz felicidade. Pela postura proativa, conquistou a confiança da donzela almejada. Até um dia desses. Patrícia, preocupada, chegou nervosa na casa de Felipe. Viu a porta aberta, pediu permissão e entrou sem ouvir o advérbio de negação que saia da boca cheia. Geleia de mocotó com empadão de palmito.
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O momento "dos que mais pegam no microfone" foi muito engraçado hehehe Muito bom, cravo!
ResponderExcluirO Casual não podia ser mais casual...
ResponderExcluire eu que me sentia tão confusa com esta "mea culpa, mea culpa, mea culpa" de sobreviver graças ao sacrifício dos bichinhos...tentei me contentar com aveia, leite sem lactose, folhas escuras, chá verde,tofu, soja e frutas secas desidratadas. Renunciei o chocolate, torta alemã, maionese e outras tentações. Agora vivo pelos cantos deprê e quando tudo parece não existir, o que é comum, sofro recaídas e me derreto no sorvete. Na presença do time vegetariano procuro disfarçar e rejeito coca-cola. Faço um ar de felicidade com a boca cheia de pão preto com geleia.
hahaha muito bom, broder.
ResponderExcluirParabéns!
kkkkkkkk
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