Crânio

Adriano não tem culpa. O cérebro, cercado pelo crânio, reage a estímulos. Ficou assim pelas circunstâncias. No final da transa dos pais, óvulo e sêmen entraram em contato. Gestação, nascimento e crescimento posteriores transformaram o nada no adulto. Atua em determinado ramo. Gosta de mamíferos marinhos e, desde criança, coleciona caneca de time. Compra arroz, feijão, roupa e, pra ouvir, discos. Não pode ser diferente. Pela estrutura biológica, é impelido ao que faz. Ossos entre as carnes, nervos e tecidos. Coágulos e sinapses. Durante o crime, controlou o tempo. Fugiu em silêncio. Concretizado o ato premeditado, deixou o flagrante no esconderijo. Varreu a casa e passou pano. Tomou banho pelado, botou cueca e leu histórias contadas por autores publicados.

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