Cadeira

A resposta, seca, deu a entender. Atravessada. Não houve contato visual. Os quatro olhos, dois de cada, apontavam pro lado ou pra baixo. Mãos nas cabeças. Pra não brigar, respiraram atentos ao ato. Interpelada depois do episódio, antes da janta, falou. Geraldo ouviu. O lamento, a confissão e detalhes. Sobre a mudança de hábitos e trejeitos. Distância e seriedade. Poucas palavras. Justificou os passos firmes e a alta velocidade entre cômodos. Má vontade, rancor e raiva. Sentado na cadeira de plástico, tomou a palavra. Desculpas e motivos. Arrependimento, desabafo. Esperança morta. Optaram pelo abandono mútuo. Pra sempre.

5 comentários:

  1. Infelizmente, acontece muito! Parabéns pelo texto!!

    ResponderExcluir
  2. Como já diria o poeta, "que seja eterno enquanto dure".

    Um abraço,
    Gutoooooo!

    ResponderExcluir
  3. Realidade próxima, né camarada? abraiss...

    ResponderExcluir
  4. Muito bom! Muito bom mesmo. Sugiro que comece a publicar teus textos no FB, lobo. Muito mais visibilidade.

    ResponderExcluir