Ninguém

Depois de vomitar enquanto escovava os dentes, tomou café da manhã. Levantou sozinha da cadeira. De pé, quebrou a perna e caiu. O osso podre, gasto, rachou de velhice. Morreu no hospital. Quando chegou, disse que gostava da vida. Contou sobre amigos, família e homens em geral. Não saiu devido à fragilidade do organismo. Teve uma filha. Daniela. Cresceu e teve dois filhos. Danilo, mais novo, chora quando é tocado. Não no sentido literal. Fica frágil diante de circunstâncias que emocionam. Em desenhos de criança, na cama, enxuga as lágrimas. Ninguém comenta. Ninguém pode ver. Nessas horas, esconde o rosto.

Um comentário: