Zero

Estava com pouco dinheiro pra mandar o telegrama. Eufórica, demorou a entender que, nessas horas, escrever é contar palavras. Te amo. Depois ficou na dúvida, mas já tava feito. Nada de chegar o telegrama de volta. Juntou uns trocados e foi aos correios na semana seguinte. Me ama? Quase indiferente ao silêncio, toca o telefone. Mais um encontro. Olhos nos trejeitos, velhas manias. Foi aí que Aline percebeu a própria insanidade e optou por acabar com a brincadeira. Mais um telegrama. Só que dele pra ela. Luciano queria detalhes. Sem grana pra explicar a mesma coisa de um jeito diferente, decidiu só calcular o prejuízo depois que o texto ficasse pronto. Queria deixar claro que não valeria a pena por causa disso e daquilo. Dois rascunhos, inspiração zero. Se esforçou, pensou, puxou pela memória. Pra resolver tudo de uma vez, deixou pra lá.

8 comentários:

  1. Relacionamento no fim é sinistro...

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  2. Manda logo um foda-se.

    Barato e eficiente..

    Belo texto, frito.

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  3. Campeão!
    Se fosse uma mulher escrevendo, não conseguiríamos ler tudo em um dia... rs

    Abriass

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  4. Excelente!
    Esse é da série "love story"?

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  5. Opinião bem suspeita, mas homens...rs!
    Mais um ótimo texto!
    bjss

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  6. Gosto muito da sua maneira de escrita, muito mesmo.
    Mas sempre fico impressionada com os seus finais.

    Faz tudo muito sentido.
    :)

    Parabéns.

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  7. Bem o estilo de vcs mesmo... rsrs

    boa xará

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  8. Então, antes do fim, fez-se o silêncio.

    Abração,
    Gutoooo.

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