Prenda

Entrou sem vaselina na vida de Rogério. De mãos atadas, aceitou a prenda e manteve a cabeça voltada somente para os benefícios. O barco, pintado de verde, até que agradava. Apostava corrida com os marujos de plantão, fazia manobras arrojadas e se aproveitava do estranho fetiche das meninas assanhadas. Pilotou em velocidade de cruzeiro até não agüentar mais. O curto período antecedeu as longas e cansativas viagens que precederam a repugna pelos tripulantes e passageiros. Inconformado com a proporção de cinco pra dois fora os feriados, começou a navegar de mau humor. Buscava, aos trancos barrancos, uma forma de gozar a vida sem as constantes interrupções. Olhou para os lados e notou que o envelope em cima da mesa gritava. Movimentou a correspondência da mão esquerda para a direita e decidiu correr o risco de desvendar o conteúdo. Mais calma, a carta dizia.

4 comentários:

  1. Bem jogada as palavras, criou-se expectativa até o final, aguçando a curiosidade dos simples, mortais, rsrs

    Washington

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  2. Esse texto é dos melhores camarada...

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  3. afffffffffffffff... kkkkkkkkkkkkkkkkk
    carta sem graça

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