Peixes II
De repente a porcentagem de oxigênio no ar caiu de 20 para 10%. Suficiente apenas para metade da população, a quantidade disponível foi disputada a tapas pelos cadáveres em potencial. Homens frágeis, mulheres, crianças e outros tipos de animais farejadores foram exterminados. Já os mais fortes, sobreviveram tranquilamente até se darem conta de que, no calor da disputa, esqueceram o lado digestivo da coisa. Só sobraram os peixes e vegetais para comer. Enquanto as plantas estavam a salvo graças ao resultado da fotossíntese, os escamosos lamentavam o fato de se movimentarem a esmo e caírem em armadilhas infantis. Um deles, por exemplo, fez questão de abocanhar o misterioso alimento prateado em forma de interrogação. A luta pela vida estava em alta no fundo do mar. Assim como os humanos no início do texto, os nadadores sem braço também sentiram na pele o efeito da parceria entre a seleção natural e o livre arbítrio. Os avantajados logo fixaram território em locais seguros e mandaram as tainhas e tilápias para o pelotão de frente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Os avantajados sempre se dão bem. Eu, tainha que sou, vivo naufragando no mar das minhas impossibilidades. Ótimo texto.
ResponderExcluirbeijos
vm
Ainda estou meio confuso se estou mais para Tilápia ou Avantajado...
ResponderExcluirAbraços Nobreza* !
obs.: *Classe dos nobres, indivíduos que têm título (de conde, duque, etc.) e certos privilégios concedidos por um soberano.
Gostou ?
Como sabes, sou um avantajado. Rá! Belas palavras, xerelete!
ResponderExcluirComo de costume, totalmente excelente!!!
ResponderExcluirEstou mais pra tainha... hauhuahuhaha
ResponderExcluirConto demais de bãooo!
=)
beijos
a rapeize do pelotão de frente se faz presente.
ResponderExcluirAbraissssssssss
Muito bom!
ResponderExcluir