Pães

Aqueles pães de forma não queriam ir pra torradeira, não gostavam de manteiga e tinham pavor de serem deglutidos pelo cara nojento da padaria. Estavam tensos. Sabiam que aquela poderia ser a última noite. O tempo passava e ninguém ajudava. Se pudessem, empurrariam uns aos outros para cima do tabuleiro. Um deles se limitava a olhar para baixo. Sem autoconfiança, perdida no momento em que percebeu ser o único sem dois lados iguais, sofria por antecipação. Se fudeu também, é verdade, mas quase escapou. O nojento estava esfomeado naquela manhã. Quando pensou em parar, continuou. Apesar de ser da linhagem mais resistente, aquele pãozinho agia como um coitado. Morreu sem saber que era especial.

8 comentários:

  1. ... e não confunda nódoa na mão com códoa de pão!
    Abr@cos, PXT.

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  2. Como a maioria dos pães acaba morrendo, né, jovial? Maior merda isso...

    Bueno texto, cabrón!
    Besitos!

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  3. Que nada, foi feito pra isso, acho que morreu conformado !

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  4. hauhauhauhuahua esse foi o melhor!!
    Fiquei até com pena de comer pão agora! rs

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  5. camarada:
    Seus textos são como printuras contemporâneas, onde cada ser humano que olha, vê um distinto significado. Pra fazer isso com algo tão claro quanto as palavras, o cara tem que ter talento.
    Parabéns pela arte, broco. Keep walking!

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  6. Assa Sinhóra!!
    Belo texto, sucééééééésssssssssssssooooooooooo!!!
    Abraços.

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  7. uAHuHauhUAhuHauhAahAHu muito bom cara. Nunca tinha pensado no pao desse ponto de vista... fiquei com epna kkkkkkk abs

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  8. Bom texto leke e engraçado também! só fiquei com pena do paozinho!!rsrs

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